Tratamento para quem sofre com Hiperplasia Prostática Benigna (HPB),
também conhecida como Próstata aumentada.
Tratamento para quem sofre com Hiperplasia Prostática Benigna (HPB),
também conhecida como Próstata aumentada.
AGORA COM COBERTURA OBRIGATÓRIA
PELOS CONVÊNIOS DA PARTE HOSPITALAR
A próstata é uma glândula cuja função é, entre outras, produzir uma parte do conteúdo da ejaculação, isto é, o líquido seminal. No seu interior passa a uretra, que é o canal por onde eliminamos a urina que vem da bexiga.
O aumento benigno da próstata por causa da hiperplasia, leva à compressão da uretra e dificulta a passagem da urina, comprometendo a qualidade de vida do homem.
HPB é uma doença de alta prevalência, associada com a idade avançada e à testosterona (o principal hormônio sexual masculino). Estima-se que até 90% dos homens irão desenvolver a doença em algum momento da vida.
Apesar de ser uma doença benigna, os sintomas da HPB comprometem a qualidade de vida do paciente e daqueles que convivem com ele e a embolização da próstata é um tratamento recomendável.
• jato urinário fraco
• demora e dificuldade para urinar
• esforço miccional
• jato urinário intermitente
• aumento da frequência urinária
• sensação de esvaziamento incompleto da bexiga
• urgência para urinar e, em alguns casos, a incontinência urinaria
• levantar durante à noite para urinar
Urologista e uma das referências no assunto no Brasil, o Prof. Dr. Miguel Srougi explica que aproximadamente 70% dos homens convivem bem com a HPB. Nesses casos, os sintomas não são tão intensos e não requerem tratamento. Entretanto, os outros 30% precisam de tratamento específico. “Alguns casos conseguimos tratar com medicamentos, outros precisam de cirurgia (por dentro do canal da uretra ou aberta) e, no meio desses dois modelos de tratamento, consideramos a embolização (cirurgia minimamente invasiva) como um ótimo recurso”, afirma.
A uretra é comprimida pelo crescimento benigno da próstata, dificultando a saída da urina..
Sob anestesia local, um cateter é introduzido na artéria femoral, pela virilha. Com o auxílio de imagens radiológicas de alta resolução, um minúsculo fio-guia (igual ao fio de cabelo) viaja junto com um cateter pelos vasos sanguíneos até chegar na próstata
Ao atingir o local (centro da próstata que está comprimindo a uretra), milhões de microesferas de resina acrílica são injetadas por meio do cateter. Elas fecham os vasos somente na região onde a HPB se desenvolveu, impedindo que o sangue circule por ali.
Com a redução doaporte de sangue, a próstata fica menos endurecida e diminui de tamanho em torno de 30-40%. Assim, a urina volta a passar com maior facilidade pela uretra.
Os resultados dos nossos estudos tem sido apresentados em diversos congressos internacionais e nacionais de urologia e de radiologia intervencionista. Recentemente, nosso grupo passou a ser reconhecido como referência mundial nesta técnica e começou a treinar médicos de diversos países, que tem participado em estudos de colaboração neste tema.
Assim, a técnica vem ganhando a credibilidade necessária e consagrando-se como mais uma alternativa de tratamento aos pacientes com dificuldades urinárias decorrentes da HPB.
No primeiro estudo publicado, iniciado em junho de 2008, foram tratados onze pacientes portadores de retenção urinária (estavam com sonda) devido à HPB. Eles estavam em lista de espera para realizar a Ressecção Transuretral da Próstata (RTU ou “raspagem” da próstata por dentro do canal), entretanto, as cirurgias estavam sendo postergadas porque estes pacientes tinham outros problemas de saúde e alto risco para a cirurgia. A EAP foi então indicada por ser um procedimento menos invasivo que a RTU. Antes da EAP, os pacientes foram avaliados pelo urologista , e realizaram exames de sangue gerais pré-operatórios (incluindo o antígeno específico da próstata – PSA), exame de urina, urofluxometria, ultrassonografia e ressonância magnética da próstata (solicitada para afastar a possibilidade de câncer de próstata).
Após o tratamento, observou-se um resultado muito satisfatório (91% de sucesso clínico), e redução de aproximadamente 30% do tamanho da próstata. Dez pacientes voltaram a urinar espontaneamente nos dias seguintes ao procedimento e a sonda pôde ser retirada em período médio de 12 dias após a embolização).
Após a confirmação do sucesso da EAP em pacientes que usavam sonda vesical, decidiu-se tratar os pacientes que tinham sintomas de dificuldades para urinar por causa da HPB e não usavam sonda. Observou-se a mesma taxa de sucesso e, até o momento, já foram tratados mais de 500 pacientes pelo nosso grupo. Deve-se ressaltar que a avaliação pelo urologista é indispensável para a realização deste procedimento.
Em 2014 o CFM (Conselho Federal de Medicina) deu parecer favorável à técnica e, em 2016, emitiu resolução aprovando definitivamente a EAP, podendo ser feita em todo o Brasil, após treinamento médico específico. Em 2017 o FDA (Food and Drug Administration) dos Estados Unidos aprovou as microesferas para embolização de próstata em pacientes com HPB. A seguir, outras empresas conseguiram a aprovação pelo FDA de diferentes agentes embolizantes para a EAP
Para fazer o diagnóstico, cabe ao urologista confirmar o aumento do volume da próstata assim como a presença de nódulos, além de verificar a presença de sintomas urinários. Além disso, o exame de PSA deve ser realizado para ajudar a descartar a presença de câncer da próstata. Nos pacientes sintomáticos, exames complementares como ultrassonografia e urofluxometria são necessários, pois ajudam a avaliar a repercussão da obstrução prostática sobre o trato urinário (bexiga, ureteres e rins).
Em alguns casos, os pacientes candidatos à embolização da próstata podem ser submetidos a avaliação adicional pela ressonância magnética, pois trata-se de estudo diagnóstico muito mais detalhado que a ultrassonografia.
A história da técnica de Embolização das Artérias da Próstata (EAP) começou em 2007 na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, quando participei, juntamente com médicos daquela universidade, de um estudo experimental que tinha como objetivo avaliar a viabilidade, eficácia e segurança da EAP em cachorros com próstatas aumentadas. Queríamos saber se as próstatas dos animais iriam reduzir de tamanho após serem obstruídas com a técnica da embolização. Os resultados do estudo foram muito satisfatórios, comprovando a diminuição da próstata, sem complicações graves e foram apresentados no Congresso Americano de Radiologia Intervencionista em Washington DC em março de 2008.
Foi então que, em junho de 2008, já no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, demos inícioao tratamento de pacientes com obstrução urinária (em uso de sonda vesical) em decorrência da hiperplasia prostática benigna (HPB). O estudo foi coordenado pelo Dr. Francisco César Carnevale e pelo o urologista Dr. Alberto Azoubel Antunes, demonstrando o pioneirismo mundial da nossa equipe.
A Radiologia Intervencionista é uma especialidade médica que une os avanços da radiologia com abordagens intra-vasculares, utilizando equipamentos de angiografia, tomografia e ultrassonografia que permitem localizações precisas de estruturas vasculares e seus respectivos tecidos. Atua tanto no diagnóstico como no tratamento de diferentes doenças.
Esta especialidade tem interface com inúmeras outras, como a oncologia (embolizações de tumores), a ginecologia (embolização de miomas uterinos), a gastroenterologia (embolização de hemorragias digestivas), pneumologia (embolização de sangramentos pulmonares), dentre outras.
A qualidade e segurança de todo tratamento passa não só pela competência dos profissionais envolvidos, mas também na qualidade dos materiais usados no procedimento, como as microesferas e os microcateteres. A tecnologia utilizada na sua fabricação, assim como os recursos de imagem vem evoluindo constantemente, o que dá confere maior segurança e confiabilidade aos resultados publicados.